Sou actor(não sou?...)
Sempre vos quis explicar o que é para mim ser actor. Queria dizer-vos como é comer as palavras dos outros, mastigá-las, degluti-las e depois cuspi-las, atirá-las ou gritá-las para fora. Como é sentir em nós uma outra vida, um ser estranho a nós, que, com o passar do tempo, nos absorve e se torna parte integrante da nossa maneira de ser e de encarar o mundo.
Começamos por sentir uma comichão nao garganta, depois essa comichão torna-se um formigueiro no cérebro e passa para todo o corpo. O formigueiro intensifica-se cada vez mais e mais e mais...
Quando damos por nós andamos como ele, falamos como ele, pensamos e agimos como ele.
Então, quando o pano sobe, já nao somos nós, somos o outro.
A nossa boca diz palavras que não somos e somos nós ao mesmo tempo. Pensamos crocodilos e algodão, sentimos facas e festas, ouvimos uivos e ultra-sons. As borboletas regurgitam na nossa mão o canto dos cisnes e depois comemos a madeira e os pratos, em vez da refeição. Seguramos as nossas asas nas palmas do pés e incendiamos os olhos à força de os apertarmos. Mas, às vezes, o chão foge mesmo por baixo dos nossos calcanhares, então caimos no espaço cideral da nossa consciencia feita trapo e farrapo e as cobras enrolam-se aos nossos menbros e entram pelos ouvidos para comeram o nosso cérebro raquítico. Nessa altura esperamos que o Deus-Ex-Machina càia dos céus pendurado por uma grua, para nos salvar da lama em que nos afundámos...
Por acaso não encontraram por aí, pois não?
Começamos por sentir uma comichão nao garganta, depois essa comichão torna-se um formigueiro no cérebro e passa para todo o corpo. O formigueiro intensifica-se cada vez mais e mais e mais...
Quando damos por nós andamos como ele, falamos como ele, pensamos e agimos como ele.
Então, quando o pano sobe, já nao somos nós, somos o outro.
A nossa boca diz palavras que não somos e somos nós ao mesmo tempo. Pensamos crocodilos e algodão, sentimos facas e festas, ouvimos uivos e ultra-sons. As borboletas regurgitam na nossa mão o canto dos cisnes e depois comemos a madeira e os pratos, em vez da refeição. Seguramos as nossas asas nas palmas do pés e incendiamos os olhos à força de os apertarmos. Mas, às vezes, o chão foge mesmo por baixo dos nossos calcanhares, então caimos no espaço cideral da nossa consciencia feita trapo e farrapo e as cobras enrolam-se aos nossos menbros e entram pelos ouvidos para comeram o nosso cérebro raquítico. Nessa altura esperamos que o Deus-Ex-Machina càia dos céus pendurado por uma grua, para nos salvar da lama em que nos afundámos...
Por acaso não encontraram por aí, pois não?
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