Thursday, October 13, 2005

alterações prosipitadas

Enrola-se em torno de mim o quarto apertado. Os sons multiplicam-se numa voz indistinta e ecoam na minha cabeça como se me entrassem no corpo e explodissem dentro de mim. A fome aperta-me o estomago e com a boca incendeio o ecran do computador. Fumo um cigarro amargo que parece não ter fim. Parece que ultrapassa a parede do quarto ate romper o céu com a sua ponta de fogo. As luzes e as cores trazem reflexo de arco-iris. As palpebras pesam, cansadas, sobre a retina desértica dos meus olhos sem pupila.
Queria permanecer estável, mas a instabilidade dentro de mim ultrapassa as minhas fronteiras mórficas e inunda-me e afoga-me neste rodopio. Já não consigo respirar... esta é a ultima lufada antes da queda.

Heavy Moments by me

1 Comments:

Blogger mia said...

E eu sem cigarros, fumei o ultimo logo a seguir ao jantar...onde andas tu com esse espirito, esse medo essa incerteza? Onde te perdeste? Onde te deixaste ficar...ás vezes custa-me ouvir-te, já só ressoa um ligeiro eco de vontade. Não quero falar, só te quero ouvir, ficar horas a ouvir-te, grita comigo, faz me acordar deste meu sonho apolinio, deste meu impossivél, dantes sentia-lhe o cheiro, era quase um aviso fisico da sua presença. Indicava que iriamos ter um longo serão naquela sala, perante aquela mesa...a ultima vez que falámos foi ai, e o sitio já nem cheira a nada. Ouvia-lhe os passos...o remexer na cozinha durante a noite mais longa do ano, mesmo assim ela n estava ali, encontrava-se perdida nas suas recordações e nas suas obrigações para o dia seguinte, teria de estar tudo perfeito, imaculado...Lembro-me de tudo isto ainda hoje, só porque me acabaram os cigarros e nesta casa não há fumo, é tudo extraordinariamente saudável.

1:34 PM  

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